Agora começa a história do meu gato, que na verdade nem foi meu, mas tomei-o por estimação. Certa noite, quando indo dormir, ouço: Grunhaaaaaaaaauuuu!!! Pensei: o cão fez outra vítima, na certa morreu na primeira mordida-chacoalhada como já vinha ocorrido. Deitei na cama tranqüilo, como se nada de mais tivesse acontecido, como se tal incidente ocorresse em todos os dias de minha vida. O sono foi chegando, a cabeça foi se aconchegando no travesseiro, quando estava quase relaxado: MIAAAAAAU! Reclamou o gato. Acordei. O gato sobreviveu. E agora gemia um doloroso viver sobre o telhado do vizinho, observado pelo cão indiferente mas com um sorrisinho irônico. Após mais três ou quatro longos e inquietantes miados-gemidos o gato calou – ou então eu consegui finalmente dormir e não pude acompanhar o restante daquela novela.
Mentiras, Ladainhas & Afins
Quem sou eu
- Nome: Tácio Oliveira
- Local: São Paulo, SP
JURO CÁ ENCONTRARÁ somente meias-verdades, histórias da carochinha e mentiras inteiras, com “M” maiúsculo.E deixo claro desde já que caso, por ventura, quaisquer dos fatos de fundamento duvidoso cá relatados – ou seja, TODOS, asseguro – se assemelharem com a verdade, ou a descrição de algum dos personagens lhe pareça familiar a esse político, aquele papa ou à senhora sua mãe: Isso é fruto da sua criativa imaginação, a carapuça serve a quem quiser. Por mais verdadeiro que o relato for, em algum ponto, pessoa ou nome tem o meu bedelho ou para no futuro não ser incomodado pela justiça ou pura e simplesmente para deixar a história/estória (a escolha vai da inocência de cada um) mais interessante. Assim sendo, é favor não me processar caso incomodados, não tenho grana para pagar indenização muito menos direitos por uso de imagem, e será a sua palavra contra a minha, e a minha, como já disse mas repito: É que é tudo ladainha! Tácio.Oliveira - O.Mentiroso
12.1.07
Agora começa a história do meu gato, que na verdade nem foi meu, mas tomei-o por estimação. Certa noite, quando indo dormir, ouço: Grunhaaaaaaaaauuuu!!! Pensei: o cão fez outra vítima, na certa morreu na primeira mordida-chacoalhada como já vinha ocorrido. Deitei na cama tranqüilo, como se nada de mais tivesse acontecido, como se tal incidente ocorresse em todos os dias de minha vida. O sono foi chegando, a cabeça foi se aconchegando no travesseiro, quando estava quase relaxado: MIAAAAAAU! Reclamou o gato. Acordei. O gato sobreviveu. E agora gemia um doloroso viver sobre o telhado do vizinho, observado pelo cão indiferente mas com um sorrisinho irônico. Após mais três ou quatro longos e inquietantes miados-gemidos o gato calou – ou então eu consegui finalmente dormir e não pude acompanhar o restante daquela novela.
5.1.07
Todavia, algumas vezes em que eu falava ao telefone bem no momento em que a Sua Majestade A Irmã decide repousar, eu explicava que não poderia deixar a pessoa ao telefone esperando para que eu subisse até o dormitório real, então que a Rainha se cobrisse sozinha, mas só por hoje. Nisso ela sobe a escada, para na metade (ouço o barulho, dado que ela não desgruda a mão da parede enquanto sobe e faz questão de sentir degrau por degrau e de certa forma “mostrar quem manda” enquanto pisa, me prestigiando com o maravilhoso som, algo como um SHHHHHHHH – mão raspando – acompanhado de TUM TUM TUM – subidinha leve dos degraus), volta: SHHH TUM TUM TUM! Me olha. Pergunta: “Mas está frio ou calor?” A minha resposta varia de acordo com a minha previsão, sempre certa, de como estará o tempo na madrugada. Dada a resposta ela sobe satisfeita, pega um edredom ou dois, se frio ou muito frio, respectivamente, ou um lençolzinho mirrado em caso contrário.
Em tempos em que as minhas conversas ao telefone coincidiam por dias com os horários do repouso real eu passei a tratar o assunto com maior atenção: Seria a confiança dela em mim tão grande a ponto de se estiver calor e eu disser frio ela pegar o edredom? Resolvi fazer o teste.
Eu estava sem camiseta, estatelado no sofá com a maior cara de “Meus Deus, mais quente que isso nem no Inferno” e ouço a música suave que precede a chegada da minha cobaia: Shhhhhhhhhh, tum tum tum! Ela me olha e já lança uma cara de: “Olha o estado dessa criatura, toda largada no sofá”, pisca para o pensamento fugir e segue com o de-todo-dia: “Quente ou frio?” “Frio” Cara de satisfação, shhhh tum tum tum, sobe a escada!
Passados uns 30 minutos fui colher o resultado da minha pesquisa, entrei no quarto com a melhor cara de cientista louco que eu pude fazer e lá estava ela, com aquela carinha de anjinho dela, segurando aquele urso que me faz espirrar dela, coberta até o pescoço e suando em bicas. A cara se desfez na hora, num misto de sentimentos, ora importância para um ser ainda frágil apesar dos tapas que me dá, ora culpa por ter me submetido àquilo. Tirei o edredom, troquei por um lençol. Dei um beijo no rosto, ela sorriu! Saí, fechei a porta e como todo irmão que se preze pensei: Será que no inverno ela faria o mesmo???