Mentiras, Ladainhas & Afins

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JURO CÁ ENCONTRARÁ somente meias-verdades, histórias da carochinha e mentiras inteiras, com “M” maiúsculo.E deixo claro desde já que caso, por ventura, quaisquer dos fatos de fundamento duvidoso cá relatados – ou seja, TODOS, asseguro – se assemelharem com a verdade, ou a descrição de algum dos personagens lhe pareça familiar a esse político, aquele papa ou à senhora sua mãe: Isso é fruto da sua criativa imaginação, a carapuça serve a quem quiser. Por mais verdadeiro que o relato for, em algum ponto, pessoa ou nome tem o meu bedelho ou para no futuro não ser incomodado pela justiça ou pura e simplesmente para deixar a história/estória (a escolha vai da inocência de cada um) mais interessante. Assim sendo, é favor não me processar caso incomodados, não tenho grana para pagar indenização muito menos direitos por uso de imagem, e será a sua palavra contra a minha, e a minha, como já disse mas repito: É que é tudo ladainha! Tácio.Oliveira - O.Mentiroso

10.7.09

Sobre fim e recomeço

Eu ouço dele as queixas sobre o outro. Tolero. Consolo. Ele ouve a minha saudade, as minhas lembranças, as minhas comparações. Falamos sobre o fim. Sobre o nosso recomeço.

Por enquanto tudo muito confuso: não há ciúme nem cobranças, apenas um vácuo deixado pelos rompantes dos relacionamentos anteriores.
Eu. Ele. Uma vontade louca de acreditar que dará certo.

Está dando...

Tácio.Oliveira - O.Mentiroso
.imerso na situação em que duas pessoas se encontram para esquecer o passado.


















. cores e um coração partido .

15/05/2009

.cena de dois meninos crescidos que resolveram procurar a felicidade um sem o outro.

Menino da direita veste: Moletom Juliano Lopes
Menino da esquerda veste: Jaqueta uMa – por Raquel Davidowicz
Guarda-chuva Benetton

Direção de arte: .a vida.

Tácio.Oliveira - O.Mentiroso

7.7.09

NA SALINHA


A MÃE LIGOU NA ESCOLA avisando que se atrasaria para buscar o rebento. “Deixe-o naquela salinha de brinquedos, sim? Não há de atrapalhar nada!!! Sim-sim-sim, tome você o seu café, faça suas coisas sem preocupação, você verá como meu tesouro se diverte fácil. Nem o notará.”

A salinha a qual a mãe se referia se chamava “Brinquedoteca”, que é o nome chique que se dá pra designar salinha de brinquedos, “sim?”.

Depois de terminada a aula e todas as crianças terem ido embora, Hector Petre foi tomado pela mão: “Vem com a Tia, tá bom? Sua mãe mandou dizer que se atrasa. A Tia vai te levar num lugar super-bacana!”

Hector Petre, que não se surpreendia com qualquer coisa, não demonstrou muita expectativa com o lugar super-bacana da professora. Queria mesmo é saber por que caraminholas a mãe atrasou-se. Ficou pensando! Decidiu que só podia ser por causa de seu aniversário que muito em breve acontecerá. Fará 5 anos completos. Uma mão cheia! Pediu de presente Criptonita, sempre quis saber o que é que tinha naquelas pedrinhas que deixavam o Super-Homem tão pra baixo. Na certa sua mãe se atrasou porque foi arranjar as tais pedrinhas pra botar numa caixa bem bonita. O Super-Homem que o aguardasse, rá!

A Tia – ainda segurando Hector Petre pelas mãos – abriu uma porta, revelando ao garoto o lugar "super-bacana".

Uaaau! – disse Hector Petre, os olhinhos brilhando.

Ele largou da mão da Tia, saiu em disparada, passou uma chave de braço num leão de pelúcia que por ali estava:

-“TE PEGUEI, Láion, seu fujão!” Olhou para uma boneca que estava ao lado: Obrigado por avisar, madame, é a terceira vez que esse Leão velho aqui foge do meu circo. E arrastou Láion pela cauda até o centro da sala colorida, em cima de um tapete que seria o picadeiro. Seria...

Hector Petre avistou uma espingarda de madeira: BANG-BANG! BANG-BANG! Fujam seus índios cara-de-cuíca senão eu atravesso a cara de voc... Já correu e montou num cavalo-de-pau que estava dando sopa: Eeeeia, Bala-no-Alvo, seu pangaré danado. Pocotó, pocotó, pocotó. Esquecendo-se que era um Fora-da-Lei se deixou envolver demais pelo trotar do seu cavalo, quando deu por si tinha virado um Jockey.

Hector Petre, o Domador-Forasteiro-Jockey, arfando de cansaço encostou-se numa almofada de Smile que estava ao canto, perto de uma arara de fantasias e um enorme espelho.

Descansado que ficou após 5 minutos de repouso e uma faxina na narina esquerda, botou reparo em algo rosa, brilhante, cheio de tules, fitas e laçarotes que estava belamente dependurado na arara. “Mas vejam só se não é o vestido da Princesa!!!” Resolveu por mera experimentação vesti-lo, por que não?

Vestiu-o!

Visto que o espelho era deveras bonito e que estava lá para esse fim, Hector Petre ficou se admirando nas roupagens da Princesa. Chacoalhava o saiote pra lá, dava uns giros aqui, uns saltos ali. Aquele tule todo devia servir pra isso!

Depois de fazer as experimentações devidas ficou se olhando no espelho, notando como era engraçado isso de ser menina e gostar de colocar aquelas coisas. Até porque rosa não é uma cor muito bonita. Foi perguntar ao Láion o que ele pensava sobre as meninas...

HECTOR PETRE!!! TIRE ESSE VESTIDO AGORA! – a mãe tinha chegado, muito brava e sem Criptonita.

Hector Petre de cabeça baixa e sem entender o motivo da bronca, tirou o vestido. Despediu-se do Láion – que nem era tão fujão assim -, guardou o Bala-no-Alvo no estábulo e, arrastando o pé, foi ao encontro da mãe, que batia intermitentemente a ponta do sapato no chão.

A mãe tomou-o pela mão e saiu porta à fora da Salinha, agachou na altura do olhar de Hector Petre: Você nunca, NUNCA, mais faça isso. Entendeu?

Entendeu tão bem que desse dia em diante passou a brincar só com Príncipes.

Tácio.Oliveira - O.Mentiroso