Mentiras, Ladainhas & Afins

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Local: São Paulo, SP

JURO CÁ ENCONTRARÁ somente meias-verdades, histórias da carochinha e mentiras inteiras, com “M” maiúsculo.E deixo claro desde já que caso, por ventura, quaisquer dos fatos de fundamento duvidoso cá relatados – ou seja, TODOS, asseguro – se assemelharem com a verdade, ou a descrição de algum dos personagens lhe pareça familiar a esse político, aquele papa ou à senhora sua mãe: Isso é fruto da sua criativa imaginação, a carapuça serve a quem quiser. Por mais verdadeiro que o relato for, em algum ponto, pessoa ou nome tem o meu bedelho ou para no futuro não ser incomodado pela justiça ou pura e simplesmente para deixar a história/estória (a escolha vai da inocência de cada um) mais interessante. Assim sendo, é favor não me processar caso incomodados, não tenho grana para pagar indenização muito menos direitos por uso de imagem, e será a sua palavra contra a minha, e a minha, como já disse mas repito: É que é tudo ladainha! Tácio.Oliveira - O.Mentiroso

2.8.09

Chá, gripe suína e palavras bonitas


ESTAVAM DEITADOS NA CAMA. Dois meninos. Um deles doente, o corpo encolhido, a cabeça deitada no peito do outro menino que o abraçava. A garganta doía.

- Vou fazer um chá pra ver se você melhora!

Levantou. Foi até a cozinha. Barulho de talheres. O corpo nu fazia sombra nas paredes.

- - -


- Hei, hei! – ele tinha cabelos cacheados e tinha uma caneca de chá nas mãos.
- Você demorou... - meio adormecido, cabelos lisos, costas largas, garganta inflamada, trintaenovegraus.
- Fui fazer seu chá, lembra? Tá pronto, ó. Senta!

- - -

A caneca estava vazia no chão ao lado da cama. Os corpos nus agora cobertos. Fazia frio. Volta a cena do abraço.

Talvez tenha sido o efeito do chá ou o delírio da febre:

- Posso te contar uma coisa?
- Pode! respondeu o de cabelos cacheados. Achando que falariam sobre chás, sobre doenças de infância, sobre a saudade de casa. Medo de altura, talvez; Quem sabe de avião.
- Eu te amo.

Sabe você, leitor, quando o corpo arrepia, os olhos lacrimejam? Saberia você algo sobre aquele momento em que o abraço estreita, as palavras fogem, a alma sorri?

- Eu também...
Tácio.Oliveira - O.Mentiroso